Foto: por @tipocoelhos
O homem do castelo alto
Autor: Philip K. Dick
Editora: Aleph
Edição: 2012/300p.
Edição: 2012/300p.
“Para todos aqueles que estão perdidos neste labirinto
interminável de realidades multiplicáveis, um lembrete: Philip k.
Dick já esteve ai.”.
Tery Gillian
Essa é a contracapa do “O homem do castelo alto” e depois de
terminar o livro fez tanto sentido...
O homem do castelo alto conta uma história interessante, que
se passa em uma “realidade alternativa”
Nesta realidade a Alemanha e Japão ganharam a segunda guerra
mundial. O mundo está dividido entre “áreas de influência” entre esses países
(mais ou menos como ficou a Alemanha entre EUA e Russia). Os negros são
escravos, os judeus estão “foragidos”, escondidos sob falsas identidades,
alterando não só seus nomes como características físicas para ficarem no
anonimato.
A história se passa, quase que integralmente, em San
Francisco – que é uma área de influência Japonesa e vamos acompanhar a história
de 5 personagens:
- Frank Frink – Um judeu que vive disfarçado e que acabou de
perder o emprego
- Sr. Childan – Um americano que vende objetos antigos
americanos de antes da guerra
- Juliana Frink – Esposa de Frank, uma mulher de
personalidade forte
- Sr. Tagomi - Um empresário japonês bem sucedido
- Sr. Baynes – Um industrial Sueco que tem uma reunião
importante com o Sr. Tagomi.
Uma coisa interessante deste livro é que ele foge do padrão
de narrativa em que se conta o começo, meio e fim de determinada história do
personagem. Ele conta um trecho da vida dos personagens, e não necessariamente
a conclusão, deixando algumas perguntas abertas e, foi tão bem feito, que não
chega a ser um problema. Os capítulos também são escritos do ponto de vista de
cada um dos personagens, com alternações.
O enredo dessa história roda em cima de dois livros: O I
Ching – Um oráculo Chinês que os habitantes consultam viciosamente para saber
que atitudes tomar.
O outro livro se chama “O gafanhoto torna-se pesado”. Este
livro conta a história de – hahaha – e se os aliados tivessem ganhado a guerra?
Seria um mundo regido pelos E.UA., pela Inglaterra?.
Uma realidade dentro de uma realidade dentro de uma
realidade. Praticamente um inception – pra quem aí viu o filmão com o Léo Di
Caprio.
Esse livro pode ser interessante pra quem curte história pois
você vai vendo de forma interessante o outro lado. E eu digo pode porque
tenho um amigo que entende de história e ele diz que essa hipótese da
escravidão dos negros e dizimação dos judeus é balela infundada. Se você
partilha dessa idéia então tem que dar um desconto. Cada um tem um ‘e se...’
próprio e a gente nunca vai saber a verdade rs.
As pessoas costumam dizer que este livro é a grande obra
Prima do K. Dick. Vamos por partes...Eu só li um dele – Os Andróides sonham com
ovelhas elétricas?, que deu origem ao filme Blade Runner – E é muito bom, mas
tem uma característica mto parecida com este que me incomoda um pouco: é lento.
O enredo é devagar demais. Pode ser uma característica da
época em que foi escrito, ou mesmo a técnica do escritor (preciso pegar outras
coisas dele pra ler), mas este particularmente precisa de um esforço pra
não desistir da leitura. Essa foi a terceira vez que peguei o livro e só agora
consegui terminar, pois estava em busca de algo mais ‘animadinho’ antes. Além
disso não consegui sentir um vínculo forte com os personagens, na verdade
peguei antipatia por um, o que tornou cansativo ler alguns dos capítulos,
mas...terminei.
Então você não deve ler o livro?
O que, imagina!
Eu sou o tipo de pessoa que acredito que todo livro merece
ser lido, porque algo ali dentro há de ser aproveitado e eis o que eu
aproveitei:
Apesar da história ser um pouco maçante, o final do livro
conseguiu me surpreender. Comecei a ficar um pouco ansiosa por conta de um
personagem e uma revelação do fim me deixou com uma pulga atrás da orelha, e
talvez seja essa a intenção da obra. Na verdade, talvez seja essa a intenção do
autor: a de questionar a “realidade” que vivemos. – Entre aspas porque depois
de ler este livro você realmente pensa, o que é a realidade afinal?.
Me peguei pensando por muito tempo no filme Matrix e na
Teoria do multiverso, entre tantas outras teorias.
Em como cada simples decisão que a gente toma pode abrir um
leque de outras realidades com fins diferentes ou não – que no final a história
iria se corrigir e ter o mesmo fim.
Saiu uma série produzida pela Amazon sobre esse livro e estou
curiosa para ver qual o rumo que vai tomar. Pelo trailer já percebi que o livro
“O gafanhoto” foi substituído por algum filme, vamos ver se isso deixou melhor,
pior ou só diferente.
Eu particularmente adoro esse assunto, essas hipóteses e
viagens, tanto em matéria de leitura como de filme, então, se tiver algo para
me indicar, se já viu a série, se já leu o livro, deixe seu comentário aí em
baixo ;)
Nota: 3,5 de 5
Postado por: Livia
Entendo a sensação de ler um livro ótimo, porém lento. Dá uma dorzinha no coração em certos momentos, porque tem tudo pra dar certo, mas o ritmo te atrasa hahaha. Foi o que aconteceu comigo em Admirável Mundo Novo, mais por culpa minha mesmo. Quando ouvi o termo "distopia" pela primeira vez, foi com o boom de Jogos Vorazes. Aí descobri sobre as clássicas e esperava uma coisa 1000 vezes melhor, porém com ação, tiros, porradas e bombas. Quando li foi um choque, porque não se tem nada disso, aí acabei arrastando horrores. Mas o bom é a gente conseguir separar as coisas e saber reconhecer que é uma obra boa, só meio devagar.
ResponderExcluirInfelizmente não tenho nada do tipo para te indicar </3 Mas se souber de algo, aviso!!
ourbravenewblog.weebly.com
Pois é, acho que é um mal da nossa geração, querer tudo acelerado - inclusive a leitura rs
ResponderExcluirMas devagar e sempre a gente consegue, só precisa ter paciência.
Sabendo me avise, adoro uma distopia, to pra ler o Admirável mundo novo (boa sorte pra mim). hehehe
- Livia