sexta-feira, 15 de abril de 2016

O homem do castelo alto | Philip K. Dick - Ela





Foto: por @tipocoelhos
O homem do castelo alto
Autor: Philip K. Dick
Editora: Aleph
Edição: 2012/300p.


“Para todos aqueles que estão perdidos neste labirinto interminável de realidades multiplicáveis, um lembrete: Philip k. Dick já esteve ai.”.
Tery Gillian

Essa é a contracapa do “O homem do castelo alto” e depois de terminar o livro fez tanto sentido...

O homem do castelo alto conta uma história interessante, que se passa em uma “realidade alternativa”

Nesta realidade a Alemanha e Japão ganharam a segunda guerra mundial. O mundo está dividido entre “áreas de influência” entre esses países (mais ou menos como ficou a Alemanha entre EUA e Russia).  Os negros são escravos, os judeus estão “foragidos”, escondidos sob falsas identidades, alterando não só seus nomes como características físicas para ficarem no anonimato.

A história se passa, quase que integralmente,  em San Francisco – que é uma área de influência Japonesa e vamos acompanhar a história de 5 personagens:

- Frank Frink – Um judeu que vive disfarçado e que acabou de perder o emprego
- Sr. Childan – Um americano que vende objetos antigos americanos de antes da guerra
- Juliana Frink – Esposa de Frank, uma mulher de personalidade forte
- Sr. Tagomi  - Um empresário japonês bem sucedido
- Sr. Baynes – Um industrial Sueco que tem uma reunião importante com o Sr. Tagomi.

Uma coisa interessante deste livro é que ele foge do padrão de narrativa em que se conta o começo, meio e fim de determinada história do personagem. Ele conta um trecho da vida dos personagens, e não necessariamente a conclusão, deixando algumas perguntas abertas e, foi tão bem feito, que não chega a ser um problema. Os capítulos também são escritos do ponto de vista de cada um dos personagens, com alternações.

O enredo dessa história roda em cima de dois livros: O I Ching – Um oráculo Chinês que os habitantes consultam viciosamente para saber que atitudes tomar.
O outro livro se chama “O gafanhoto torna-se pesado”. Este livro conta a história de – hahaha – e se os aliados tivessem ganhado a guerra? Seria um mundo regido pelos E.UA., pela Inglaterra?.

Uma realidade dentro de uma realidade dentro de uma realidade. Praticamente um inception – pra quem aí viu o filmão com o Léo Di Caprio.

Esse livro pode ser interessante pra quem curte história pois você vai vendo de forma interessante o outro lado.  E eu digo pode porque tenho um amigo que entende de história e ele diz que essa hipótese da escravidão dos negros e dizimação dos judeus é balela infundada. Se você partilha dessa idéia então tem que dar um desconto. Cada um tem um ‘e se...’ próprio e a gente nunca vai saber a verdade rs.

As pessoas costumam dizer que este livro é a grande obra Prima do K. Dick. Vamos por partes...Eu só li um dele – Os Andróides sonham com ovelhas elétricas?, que deu origem ao filme Blade Runner – E é muito bom, mas tem uma característica mto parecida com este que me incomoda um pouco: é lento.
O enredo é devagar demais. Pode ser uma característica da época em que foi escrito, ou mesmo a técnica do escritor (preciso pegar outras coisas dele pra ler),  mas este particularmente precisa de um esforço pra não desistir da leitura. Essa foi a terceira vez que peguei o livro e só agora consegui terminar, pois estava em busca de algo mais ‘animadinho’ antes. Além disso não consegui sentir um vínculo forte com os personagens, na verdade peguei antipatia por um, o que tornou cansativo ler alguns dos capítulos, mas...terminei.

Então você não deve ler o livro?
O que, imagina!
Eu sou o tipo de pessoa que acredito que todo livro merece ser lido, porque algo ali dentro há de ser aproveitado e eis o que eu aproveitei:

Apesar da história ser um pouco maçante, o final do livro conseguiu me surpreender. Comecei a ficar um pouco ansiosa por conta de um personagem e uma revelação do fim me deixou com uma pulga atrás da orelha, e talvez seja essa a intenção da obra. Na verdade, talvez seja essa a intenção do autor: a de questionar a “realidade” que vivemos. – Entre aspas porque depois de ler este livro você realmente pensa, o que é a realidade afinal?.

Me peguei pensando por muito tempo no filme Matrix e na Teoria do multiverso, entre tantas outras teorias.
Em como cada simples decisão que a gente toma pode abrir um leque de outras realidades com fins diferentes ou não – que no final a história iria se corrigir e ter o mesmo fim.

Saiu uma série produzida pela Amazon sobre esse livro e estou curiosa para ver qual o rumo que vai tomar. Pelo trailer já percebi que o livro “O gafanhoto” foi substituído por algum filme, vamos ver se isso deixou melhor, pior ou só diferente.

Eu particularmente adoro esse assunto, essas hipóteses e viagens, tanto em matéria de leitura como de filme, então, se tiver algo para me indicar, se já viu a série, se já leu o livro, deixe seu comentário aí em baixo ;)

"Somos todos insetos - ele disse para  srta. Ephreikian - Tateando às cegas na direção de algo terrível ou divido. Concorda?..."


Nota: 3,5 de 5


Postado por: Livia

2 comentários:

  1. Entendo a sensação de ler um livro ótimo, porém lento. Dá uma dorzinha no coração em certos momentos, porque tem tudo pra dar certo, mas o ritmo te atrasa hahaha. Foi o que aconteceu comigo em Admirável Mundo Novo, mais por culpa minha mesmo. Quando ouvi o termo "distopia" pela primeira vez, foi com o boom de Jogos Vorazes. Aí descobri sobre as clássicas e esperava uma coisa 1000 vezes melhor, porém com ação, tiros, porradas e bombas. Quando li foi um choque, porque não se tem nada disso, aí acabei arrastando horrores. Mas o bom é a gente conseguir separar as coisas e saber reconhecer que é uma obra boa, só meio devagar.

    Infelizmente não tenho nada do tipo para te indicar </3 Mas se souber de algo, aviso!!

    ourbravenewblog.weebly.com

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  2. Pois é, acho que é um mal da nossa geração, querer tudo acelerado - inclusive a leitura rs
    Mas devagar e sempre a gente consegue, só precisa ter paciência.
    Sabendo me avise, adoro uma distopia, to pra ler o Admirável mundo novo (boa sorte pra mim). hehehe

    - Livia

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