Foto: por @tipocoelhos
O morro dos ventos uivantes
Autor: Emily Brontë
Editora: Círculo do livro
Edição: 1994/311p.
O morro dos ventos uivantes
Autor: Emily Brontë
Editora: Círculo do livro
Edição: 1994/311p.
Antes de ler essa resenha eu recomendo que você vá lá no youtube e digite: Wuthering Heights - Kate Bush. A não ser que você tenha mais de 40 anos e/ou ja tenha visto esse clipe antes, não recomendo que veja agora pra não cair na gargalhada e quebrar o clima. (É bem esquisitinho).
Ouça a música pra entrar no clima e...
Vai!
O morro dos ventos uivantes é considerado um clássico da literatura inglesa. Não pra menos. Ele foi escrito por Emily Brontë, na época em que mulheres não deviam fazer muita coisa além de serem boas e passivas donzelas..
Eu falo um pouco sobre as irmãs Brontë no post que fiz sobre o Jane Eyre e pode ser lido aqui.
O morro dos ventos uivantes é o único romance escrito por Emily e o que mais fez sucesso entre as obras das 3 irmãs.
Quando eu tinha 17 anos peguei esse livro aleatoriamente na biblioteca do colégio para ler. Eu estava em uma fase apaixonada da vida e esse história me arrebatou. Fiquei tão impressionada que fui atrás do filme e que espanto foi quando percebi que o final era bem diferente do livro... a coisa engraçada: eu tinha pego na biblioteca uma edição de 1945 feita pelo Círculo do livro e...dividido em duas partes! Eu só tinha lido a primeira hahahahah
Bem quase 10 anos depois eu finalmente resolvi ler (depois de muita tiração de sarro do Sr. André pelo minha pequena confusão)
O livro conta a história de Catherine, Heathcliff e seu amor avassalador.
Heathcliff chega em Wuthering Heights quando jovem, trazido pelo Sr. Earnshaw, que o encontrou órfão e faminto em uma de suas muitas viagens pelo país.
Com apenas 7 anos, de pele mais escura e cara de cigano, não tardou para os filhos de Earnshaw, Hindley e Catherine o rejeitarem, mas a implicância de Catherine não durou muito, logo se transformando em uma extrema e recíproca afeição.
Pouco tempo depois, com a morte do pai e o fato dos dois não se desgrudarem, a raiva e o desprezo de Hindley por Heathcliff se tornaram ainda maior e sendo agora herdeiro e senhor de Wuthering Heights, ele faz o que pode para manter Heathcliff um ignorante e desprivilegiado. Bem... lendo esse livro a gente vai perceber que Karma é uma coisa forte!
Catherine e Heathcliff tem o espírito rebelde e intenso e não se desgrudam, não importa o que Hindley faça. É uma cumplicidade única. Entretanto tudo muda quando eles conhecem os Linton. São dois irmãos de alta classe e alta educação, tudo que Hindley deseja para sua irmã, e o total oposto de Heathcliff, que se sente inferior com a aparição desses novos personagens.
Linton é inteligente, de tez clara, polido e bem educado enquanto Heathcliff é seu total oposto, desde a aparência até os modos que são brutos e ignorantes.
É interessante a quantidade de complicações que o ser humano é capaz de atrair para si por causa de orgulho, raiva e obsessões.
A primeira vez que li a primeira parte do livro achei bonito e arrebatador.
Mas lendo agora outra vez, percebo que a relação dos dois, mais do que de amor é de obsessão, uma necessidade intensa que leva as pessoas à loucura e, gente... isso não é legal ou saudável e definitivamente, não é bonito.
É claro que a história é mega interessante, e eu adorei o livro, mas essa visão obsessiva e doentia do amor só cabe pra o século em que foi escrita, hoje você percebe que é loucura.
Além disso tem hora que o gênio de Catarina e Heathcliff beira o irritante. Ela completamente mimada e ele um grosso de primeira. Eu na verdade fico com bastante pena dos personagens ao mesmo tempo que serve de um bom alerta pra gente abrir mão das vaidades e orgulhos pra ser feliz.
É válido ler? É claro! O livro é um bom romance, embora como eu disse, doentio.
Eu gostei? Sim! Bastante....
Mas...Jane Eyre é muito melhor <3
De toda forma é inevitável não pensar nesse livro com muito carinho, tanto pela época que me lembra quanto pela mania de gostar desses amores impossíveis que a gente tem às vezes...
Eu brinquei no começo da resenha sobre a música da Kate Bush mas eu AMO essa música e ela consegue tocar a gente de um jeito muito louco. Enquanto eu lia o livro (e escrevia a resenha também) devo ter ouvindo, sem brincadeira, pelo menos umas 50 vezes.
Ah as coisas que a música faz com a gente...
Nota: 4 de 5.
Postado por: Livia