terça-feira, 22 de março de 2016

007 Goldfinger | Ian Fleming - Ela





Foto: por @tipocoelhos
007 Goldfinger

Autor: Ian Fleming
Editora: Alfaguara
Edição: 2013/228p.

Este livro conta a história do espião mais querido do cinema 007 – quem ainda não ouviu falar sobre, em algum momento ouvirá.
007 é um agente secreto do MI6. A categoria 00 é licença para matar ou como ele diz – para não matar. A questão é saber a diferença de quando fazer.

Pois bem. Eu sempre fui meeeeeeega fã dos filmes de 007, assistia desde pequena na TV os antigos e vi em cada estreia as novas versões com o Daniel Craig e confesso que sou uma apaixonaaada!
Eu adoro um bom filme de espionagem, com cenas boas de ação, a trama por trás das missões e nesse caso, o bom charme inglês.
E foi por causa de toda essa paixão que confesso que fiquei bem decepcionada com o livro, na verdade acho que com o James Bond.

Vamos por partes:


Este livro conta a história de 007 contra Goldfinger, um comerciante de – e apaixonado por – ouro que tem a idéia megalomaníaca de roubar a reserva de ouro dos E.UA.
Acho muito interessante a evolução do vilão no livro: no começo ele parecia ser um banana e com o tempo a gente percebe que ele é mais ardiloso do que parecia.
A trama é muito bacana: as técnicas de detetive, as perseguições e as cenas de ação...da pra ver tudinho na sua cabeça como um filme. E é claro, as reviravoltas.
A gente vê o 007 em ação –seu carteado, sua análise, como chega em certas conclusões, como escapa – ou não de certas situações. Da pra ficar tenso em certos momentos achando que será o fim dele, mas ainda bem que a gente sabe que tem mais livros pra frente né? rsrs

Os pontos negativos: Puxa vida, teve um capítulo (ou pouco mais) que descreveu nos mínimos detalhes uma partida de golf. É uma partida importante para notarmos o caráter do vilão e de Bond, e para um apaixonado por Golf deve ser fantástico, mas para mim, mera mortal que nunca nem ligou para golf, é cansativo. Os termos técnicos e a duração da narrativa, em-fa-do-nho. Mas ok, é perdoável.
Agora o que me decepcionou e muuuito são características do personagem. Veja bem, pra um livro escrito em 1959, pós Grande Guerra II e Guerra Fria, você entende o medo e aversão que a sociedade tem pelo comunismo – aquela caça as bruxas – é a cabeça da sociedade naquela época, mas... James Bond é notavelmente racista (para com os Coreanos) e machista. É explícito e indelicado.

Embora mais do que nunca eu esteja em uma fase de autoconhecimento e proximidade com o feminismo, juro que não é papo de “feminista maluca” quando digo que o livro é machista. Para qualquer mulher – e homens com esta visão – independente, ao ler este livro você da uma bela broxada. 
Ok ok, eu sei que esse é o personagem e está mais do que na cara que ele é assim. As tal ‘bond girl’ sempre foram vendidas como puramente ‘objeto de consumo’, mas...eu sei lá porque mas imaginei que pudesse ser um pouco...diferente?  Talvez por conta dos filmes mais recentes que se esforçaram em deixar mais equilibrado, com uma personagem feminina poderosa - M, e as garotas que não cedem assim tão fácil a seu charme – Miss Moneypenny. Não rolou.

Recomendo a leitura porque é uma boa trama, mas em aspectos sociais...0 pro Senhor Bond, ou melhor dizer, pro Sr. Fleming.
Vou tentar ler mais um livro dele – quero muito o Cassino Royale – esgotado :( - porque é até agora meu filme favorito, só espero que não seja tão incômodo.

Nota:  3  de 5
Postado por:

Livia



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