terça-feira, 6 de setembro de 2016

Inferno | Dan Brown - Ela




Foto: por @tipocoelhosInferno
Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro
Edição: 2013/448p.


Depois de um  tempinho ausente do blog, a resenha não é das mais felizes.

Inferno é o quarto livro do professor Robert Langdon, e eu estava super ansiosa para lê-lo.
Primeiro por que eu a-do-ro aventuras e ‘caça ao tesouro’,  segundo porque eu já tinha lido os outros livros e adorado.
Agora o Inferno...além de eu não ter gostado,  me deixou com a pulga atrás da orelha: será que os outros livros eram bom mesmo?

Antes de tudo, uma sinopse da história:

Robert Landgon, um professor de simbologia, é atraído para uma trama envolvendo a obra “A divina comédia” de Dante Alighieri, mais precisamente a parte que fala sobre o inferno.
Se você já leu algum dos outros livros ou viu os filmes já está familiarizado com os métodos, se não, basicamente é uma caça ao tesouro: com base em determinada obra ele tem que descobrir a chave para salvar a humanidade. Velha história, Ok, já conhecemos.
Veja aqui a Sinopse do Skoob que é mais fofa que a minha:

https://www.skoob.com.br/inferno-298210ed334199.html

Agora vamos a parte boa...
Eu sempre falo que não existe livro ruim, existe uma expectativa diferente ou o momento errado em que você leu algo.
Bem, achei o livro fraco. Bem fraco, e cheguei a ficar com raiva do Dan Brown por me fazer de idiota.
Talvez o problema seja que o bom é inimigo do ótimo e daí quando você vê autores excelentes em desenvolver histórias, quando pega um fraco...não me entenda mal, eu adorava o Dan, inclusive cheguei a defender ele quando alguns colegas falavam mal, mas depois desse livro...

O livro tem uma ótima descrição dos locais. Na verdade, acho que esse foi um dos pontos que fez o Dan Brown ter sucesso: os cenários dos livros não são nada mais nada menos que incríveis lugares  turísticos, cheio de misticismo e história. Cara, quem é que não adora isso? Uma velha fonte ou uma construção com uma história fantástica? A história mais uma vez se passa na Itália e o ideal é que você tenha um celular na mão para ir pesquisando e vendo os locais que ele descreve. Nos primeiros livros achei mara. Nessa eu achei que começou a ficar um pouco cansativo e perceber que, né, parece que o propósito dele é “vamos falar sobre esse museus que vai me dar dinheiro”, mas é um ponto perdoável, porque um livro realmente é feito pra te levar pra outros lugares, este então foi o menor dos problemas.

Aí começam a aparecer as coisas... fiz até em listinha:

1.O endeusamento de Robert. Já é meio estranho ele ser o único ser humano, no meio de 7 bilhões, que pode resolver o tal do problema que surge, mas até então...tudo bem, foi ele que deu naquela hora e naquele lugar. Agora, não são raros trechos no livro em que se fala ‘Aumentando cada vez mais a admiração dela pelo professor’ ou ‘Não imaginava que você (fosse tão inteligente) para saber disso’ e como todo mundo o tempo todo abre as portas para ele fazer o que ele quer, fácil assim. É brincadeira?! A impressão que dá é que Dan Brown projetou a si mesmo no personagem e está ali dizendo para ele todo o bajulamento o que gostaria de ouvir. (reviradinha de olhos)

2.Subestimando a capacidade intelectual dos leitores. Não menos que 3 vezes percebi o escritor explicando para gente sobre os termos. Ok, o personagem é um professor e a tendência é ensinar e explicar, o que acho válido quando se trata de assuntos simbolistas ou mitológicos, como o momento que ele fala sobre o Bastão de Asclépio que eu não sabia do que se tratava e achei interessante, mas principalmente porque se encaixava no roteiro e na caça ao tesouro, mas outras coisas são de conhecimento popular e uma que me incomodou foi ele explicando o que era eugenia, mas não como se aquilo se encaixassem na trama, mas como ‘O que ela quer fazer é te passar a tesoura – aquela ferramenta utilizada para cortar papel'. 
Se não se encaixa na trama, não precisa ficar explicando todo termo que acha difícil migo, se for tão difícil assim a gente tem google! Outra coisa que ele mudou e me incomodou, mas só relevei pela ‘licença poética’ foi ele alterar a frase dita por uma pessoa real para que se encaixasse no livro.
Oppenheimer disse uma vez ‘Agora tornei-me a morte, o destruidor de mundo’ em referência a Vishnu, que diz isso em uma passagem de uma escritura Hindu. E lá foi Dan Brown escrever que Oppenheimer disse ‘Agora tornei-me Vishnu, o destruidor de mundo’ NÃO, GENTE, NÃO!  Como eu disse, eu perdoei pela licença poética,  mas você já vê alguma coisa errada no padrão de escrita do Dan. Foi  um dos momentos de enganação.

3.Enganando o leitor. O mais fatal e que acabou com a graça do livro pra mim, me fazendo desanimar totalmente, quase largando o livro pela metade foi a tentativa de enganar do escritor.
Escrever não é pra qualquer um. Escrever um suspense ou um mistério, menos ainda, porque você conseguir que a pessoa não saiba o final da história, mesmo tendo exposto grande parte do material pra ela é olha...difícil. Mas tem gente que consegue, e muito bem feito. Dan Brown não é uma delas. Como eu disse, não sei se os outros livros eram assim e eu nunca tinha reparado ou se ele se perdeu nesse, mas veja bem  a enganação, e vou tentar dar exemplo com outras informações pra não dar spoiler do livro:
Por diversas vezes ele escrevia certos parágrafos levando você acreditar que era um personagem que estava vivendo aquilo, pra depois no fim do livro vc perceber que não era joana, e sim Joaquim que estava falando aquilo. Eu já acho que ele fez isso de forma mal feita, mas era capaz de vc deixar passar se não fosse pelo fim do mundo:
Ele pegou um texto e escreveu : (TEXTO EXEMPLAR, NÃO ESTÁ ASSIM NO LIVRO)
“Lá estava eu, ao lado dele na mesa, um vento frio batendo em nós enquanto líamos ao livro”
Isso pode querer dizer tanto a homem quanto mulher e aí é que está a trama, vc vai deduzir com base no que ja leu e ok.
Mas depois ele repete exatamente a MESMA FRASE, mas inserindo gênero.
“Lá estava eu, sentada ao lado dele na mesa, um vento frio batendo em nós enquanto líamos ao livro, me deixando arrepiada”

Gente, sério...achei isso uma trairagem. Se ele tivesse feito uma boa trama, ele não ia precisar repetir o mesmo trecho inserindo gênero, pois quando você lesse o original, estando bem escrito, ia saber que você que se enganou ao ler, e não ele que te enganou ao ocultar informações do texto. Mas não, eu fiz questão de voltar umas páginas e ler o trecho e ele está alterado mesmo. Um bom autor não ia precisar disso...

E foi aí que tudo acabou. Faltavam mais 100 páginas pra acabar que eu li muito contrafeita.
Talvez eu esteja sendo chata, talvez eu tenha lido na fase errada. Tenho alguns amigos que gostaram muito desse livro e acham que esses meus pontos são bobeiras, mas esse livro conseguiu acabar com meu ânimo.

Espero que o filme que será lançado seja mais divertido e melhor feito, vamos ver se me animo pra assistir, mas me desanimei para ler qualquer outra obra do escritor e é um livro que não recomendaria para ninguém ler, tamanho desapontamento.

Minha nota é 1 de 5, extremamente decepcionada.
Na verdade, vou dar 1,5, porque o final realmente me surpreendeu, mas não o bastante pra eu gostar do livro.


Postado por: Livia Amaral

3 comentários:

  1. AÊÊ!! APARECEU A MARGARIDA!!
    Olha, Dan Brown nunca me interessou, mas aqui estou eu porque estava com saudade já das resenhas. E o que dizer desse segundo parágrafo? Já me fez vir aqui escrever... Tenho poucas informações dos livros do cara, e, juntando essas informações, penso que não são bons. Eis que você surge aqui com esse questionamento... Vou terminar de ler hahaha.

    Eu tenho problemas com descrições... Para mim, há uma linha tênue entre "nossa descreveu muito bem visualizei tudo" e "e para onde isso vai me levar? qual a finalidade? por que tantas páginas? cadê o protagonista? isso aqui é visita guiada?" e eu sempre vejo as pessoas elogiando, ou massacrando, o autor por conta disso. Meu primo é super fã e vive falando dos livros do cara, bate muito nessa tecla de descrições maravilhosas, e só de eu pensar nisso, já imagino a raiva que passaria ao ler.

    Meu Deus, e o que dizer desse personagem que já não tem muito minha simpatia? É sempre ele, né? São todos assim, com essa bajulação? Eu não conseguiria.

    E eu não vou nem comentar sobre reescrever o trecho... Pelo visto esse moço gosta é de gastar folha à toa.

    Olha, eu acho, eu ACHO, que você não está sendo chata coisa nenhuma. Acho que você só começou a reparar coisas que antes não notava. E eu acho que ele é meio fraco mesmo hahaha. Essa resenha serviu para constatar o que eu já imaginava, passarei longe do autor... Já me decepciono muito com livro nessa vida, chega.


    ourbravenewblog.weebly.com

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    1. Apareciii :D
      hahahah
      Ai Carol...fiquei mega desapontada, eu era super fã dele sabe, depois vi que ele é um vacilão :|
      Nem perca seu tempo, ctz que tem livros mais legais pra ler!
      Vamos ficar com os filmes mesmo que valem de bom 'sessão da tarde' heheheh

      Não sumiremos mais em!

      Bjs

      -L

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  2. OLHA O TEXTÃO AÍ GENTE!!! Me empolguei...

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